Não venha reclamar se as coisas...
O bar do hotel estava quase vazio, um outro desavisado estava aos cantos, várias pessoas voltavam da praia, indo aos seus quartos, quase todos bêbados e esbanjando alegria, alguns casais começavam suas carícias, um aquecimento para logo mais.
Acredito que seja tudo normal, para mim estava, pois acreditava que um hotel de frente a praia aceitava qualquer tipo se sacanagem. Era hotel de praia e pirar seria a primeira opção em hospedar. Queria eu estar nessas condições. Queria poder voltar aos braços de Fernanda para uma sacanagem das boas, no entanto, não deu, não foi dessa vez que consegui. Para ser mais sincero foi mais uma vez que falhei, dessa vez de forma descomunal.
Quem brocha em lugares paradisíacos? Quem tem a moral de pagar em 10 vezes sem juros no cartão de crédito para ter uma brochada mais fodástica do mundo. E falha. Foi a brochada mais cara da minha vida, e isso tenho experiência, pois brochar faz parte de minha vida. Fernanda sempre me pede para procurar um médico para resolver minhas brochadas contumaz, mas sempre desconverso dizendo que a falta de carinho de sua parte. “Porra, João, nessas horas meia bomba não resolve”, ela não cansava de me humilhar, “quando não brocha é isso que tem pra mostrar?” — apontando para o abatido e desacreditada performance, ela costuma fazer isso na maioria das vezes que reclamo, só pelo prazer de sacanear. Ela é cruel, mas mesma assim não consigo ficar sem ela. Deve ser esse meu problema, a mulher mais sacana e linda desse mundo.
Essa viagem era para ser o início de uma de uma nova etapa para nosso casamento, disse para a Fernanda que tudo sairia bem e que precisávamos dessas férias para aplumar nossa relação. Ela desacreditava que um local especial seria o suficiente para um problema que vinha se arrastando por mais tempo que eu sou capaz de admitir, sempre minimizando o problema: “vai dar tudo certo”, dizia. “Oquei, você é que sabe”, ela aceitava a viagem na certeza que os meus planos não sairia da forma como planejara, na maioria das vezes nada saía da forma que planejo, é uma das minhas maiores qualidades. “Não venha reclamar se as coisas fuderem de vez”, ela finalizou a profecia que tudo seria uma bosta e jogando em minha cara que o dinheiro era meu.
CONTINUA...
Bom dia. Tá escrevendo muito bem. Um grande abraço.
ResponderExcluirObrigado Afobório, fico feliz em saber que está acompanhando. Na sexta tem mais. Abraço
ExcluirVenho acompanhar com certeza. Grande abraço e mande brasa.
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