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João Oba-Kuna, prazer

               — Quem é você? — disse a vida. Prazer, sou João por parte de batismo, Oba-Kuna pelo rebatismo sacana dos colegas de candomblé. É isso mesmo, segundo pai Zeca, que deu esse apelido, digamos que carinhoso, numa cerimônia de orunkó dionisiano. Foi numa tarde de risadas e jogada de verdades na cara que terminou em um veredito: falhei.   Por ironia daquele batismo em tom de brincadeira na beira de um bar, com um copo de cerveja como líquido batismal tornei-me o que sou hoje. Tendo nome e sobrenome que a partir desse dia moldaram o que sou.  O rei falhou, é a tradução desse nome yoruba e como passe de mágica da vida, o que era uma sacanagem de bar, virou real. Como que é a vida, num passe de mágica filhadaputa disse: “Sacaneei mais um otário, hahaha — disse mais uma vez a vida ao mesmo tempo que sarrou de uma forma fodástica”. Fracassei. Agora estou aqui após vários copos depois daquele fatídico dia que nunca se calou....

Não venha reclamar se as coisas...

          CAPÍTULO ANTERIOR      O bar do hotel estava quase vazio, um outro desavisado estava aos cantos, várias pessoas voltavam da praia, indo aos seus quartos, quase todos bêbados e esbanjando alegria, alguns casais começavam suas carícias, um aquecimento para logo mais.    Acredito que seja tudo normal, para mim estava, pois acreditava que um hotel de frente a praia aceitava qualquer tipo se sacanagem. Era hotel de praia e pirar seria a primeira opção em hospedar. Queria eu estar nessas condições. Queria poder voltar aos braços de Fernanda para uma sacanagem das boas, no entanto, não deu, não foi dessa vez que consegui. Para ser mais sincero foi mais uma vez que falhei, dessa vez de forma descomunal. Quem brocha em lugares paradisíacos? Quem tem a moral de pagar em 10 vezes sem juros no cartão de crédito para ter uma brochada mais fodástica do mundo. E falha. Foi a brochada mais cara da minha vida, e isso tenho experiência, p...

Mais uma dose, por favor

— Mais uma dose. Peço mais uma dose de uísque no mesmo momento que leio a placa avisando que o bar do hotel já deveria ter fechado a mais de uma hora, por esse mesmo motivo pedi de uma forma bruta, um chute de palavras, transparecendo uma autoridade que não tenho, e que até precisaria ter: “mais uma dose aí”, pensei — mas, antes mesmo que precise me humilhar, e estava disposto a isso, o barman atendeu meu pedido enchendo meu copo de mais uma dose de uísque ao mesmo tempo que olhava para o cartaz indicando que o bar já fechará e aquilo era uma cortesia de réveillon.  CONTINUA...

Motiva-se

sempre há um motivo um refugio  um pé na bunda a saída é não ter saída motiva-se